Nas próximas semanas publicaremos uma série de textos sobre economia azul e economia verde, a fim de explicarmos um pouco estes temos que têm sido empregados cada vez mais nos debates públicos sobre desenvolvimento sustentável. No texto de hoje trataremos brevemente da Economia Azul.
O termo ‘Economia Azul’ se refere ao uso sustentável dos recursos oceânicos e costeiros para promover o crescimento econômico, melhorar os meios de subsistência e criar empregos, ao mesmo tempo em que se preserva a saúde dos ecossistemas marinhos.
Essa abordagem reconhece a importância dos oceanos como uma fonte crucial de recursos naturais, como peixes, petróleo, gás, minerais e energia renovável (por exemplo, eólica offshore e energia das marés). Além disso, a economia azul inclui atividades como o turismo costeiro e marinho, o transporte marítimo e a biotecnologia marinha.
O objetivo da economia azul é equilibrar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental, garantindo que as atividades realizadas no oceano sejam sustentáveis a longo prazo e não causem danos irreparáveis ao meio ambiente marinho. Isso envolve práticas de pesca sustentável, proteção dos habitats marinhos, redução da poluição dos oceanos e adaptação às mudanças climáticas.
Há alguns exemplos pelo mundo de uso sustentável dos recursos marinhos, como a Noruega, que é líder mundial na produção de salmão cultivado, utilizando práticas de aquicultura sustentável. Eles implementaram rigorosos padrões de sustentabilidade para minimizar o impacto ambiental, como o uso de ração à base de vegetais, monitoramento de qualidade da água e a redução do uso de antibióticos.
Outro exemplo é a Dinamarca, pioneira na energia eólica offshore, com o primeiro parque eólico offshore do mundo instalado em 1991. Desde então, o país tem continuado a expandir essa indústria, contribuindo significativamente para a sua meta de ser independente de combustíveis fósseis até 2050. Esse modelo de energia limpa é um exemplo de como os recursos oceânicos podem ser aproveitados de maneira sustentável.
Esses exemplos demonstram como a economia azul pode ser aplicada de maneira prática, combinando desenvolvimento econômico com conservação ambiental, resultando em benefícios tanto para as economias locais quanto para os ecossistemas marinhos.
Contudo, a implementação da Economia Azul depende de um arcabouço regulatório que incentive práticas sustentáveis e a proteção dos ecossistemas marinhos. O profissional de Relações Governamentais (RelGov) pode facilitar o diálogo entre empresas, ONGs e o governo, contribuindo para a criação de políticas que apoiem este tipo de desenvolvimento. O profissional de RelGov ainda pode lutar por incentivo financeiro público para implementação de políticas que visam a sustentabilidade marítima vindas do terceiro setor e a mediação de possíveis conflitos de interesse que sempre podem emergir de novas políticas públicas. Assim, o RelGov não só facilita a implementação de políticas e projetos relacionados à economia azul, como também assegura que esses sejam realizados de maneira sustentável e integrada aos interesses de diversos setores da sociedade.
Na próxima semana entenderemos do que se trata a economia verde.
Luan Goulart
Policy Advisor