Você se lembra de 2010? Lembra como éramos há 12 anos? Para ajudar a contextualizar, aqui vão alguns fatos daquele ano: Dilma Rousseff é eleita Presidente; é preso o goleiro Bruno envolvido na morte de Eliza Samúdio; Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são condenados pela morte da menina Isabella Nardoni; Estados Unidos começam a retirar as tropas de combate do Iraque; China se torna a segunda maior economia mundial; Haiti é devastado por terremoto; 33 mineiros ficam presos em uma mina no Chile; Complexo do Alemão é tomado pela polícia; site Wikileaks divulga documentos secretos da diplomacia norte-americana.
Como você era em 23 de agosto de 2010? Provavelmente você respondeu que era um bocado diferente de hoje. Se você era diferente a sociedade também era, certo?
Porém, é olhando para o Brasil de 2010 que as pesquisas eleitorais de 2022 estão sendo realizadas. O último censo realizado foi há 12 anos, portanto, a base estatística que está sendo usada é daquele ano e, obviamente está defasada. Uma boa pesquisa não é avaliada pelo número de entrevistados, e sim, pela representatividade que ela tem perante a base estatística, ou seja, se o recorte que ela extrai é fidedigno às características da sociedade. No caso deste ano, a sociedade de 2010.
Outro ponto que precisamos avaliar é que se utiliza nas metodologias de pesquisa os chamados “pontos de fluxo”, locais de grande movimentação de pessoas. Contudo, com o home office pós-covid, esses pontos tendem a ter apenas um tipo de público.
Outra forma de se buscar as repostas é o contato telefônico. Porém, com o avanço dos aplicativos de mensagens, a tendência é que apenas alguns tipos de pessoas atendem ligações telefônicas. E por fim, com a polarização ideológica, deve haver pessoas que irão votar neste ou naquele candidato, mas a fim de evitar julgamentos, manifestam-se como brancos, nulos ou que não sabem.
Partindo do pressuposto que as pesquisas são sérias, elas, no mínimo, têm maiores chances de erro nessa eleição. Assim, analise com mais cuidado e vote consciente.
Edgard Usuy – CEO da Integra Relgov